sexta-feira, 23 de abril de 2010
Feira de Profissões UFPR Litoral
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Sobre tubarões e o dia da terra...
Dia da terra... então, vamos falar de água!!! Afinal a água cobre 71% do planeta terra, e os oceanos detêm 97% da água superficial... falarei sobre mar com coração e consciência, como profissional e como moradora do litoral.
O ato cometido por surfistas e pescadores no sábado me fez pensar... muito! São muitas questões: Que raios aquele tubarão estava fazendo ali? Estaria ele perdido ou veio realmente fazer um “lanchinho” como personagem do mal que é (Oi, meu nome é Bruce...)? Onde estão os pescadores que falam tanto da matança causada pela pesca industrial? Onde estão os surfistas que se dizem da paz, conservadores da natureza? Senhoras e senhores, peguem seus arpões e me acompanhem...
Sábado, dia 17 de abril de 2010, Praia do pico, Matinhos – PR. Tudo seria um dia normal... ondas, praia, a calma vida de um final de semana fora de temporada em Matinhos. Até que aparece um visitante não esperado, e aparentemente muito mal quisto. Mal quisto? Horas... lugar de tubarão é no mar, não é? Acho o surf lindo, respeito seus praticantes, mas meu primeiro ponto é: o mar é lugar de vários organismos aquáticos, inclusive tubarões. Os seres humanos “invadem” o mar o tempo todo: para nadar, surfar, pescar... mas aquele não é seu habitat natural... ele também poderia ser considerado invasor... onde está escrito que o tubarão tem menos direito de estar ali que os surfistas e pescadores?
Segundo o Correio do litoral, o tubarão nadou ao lado de dez surfistas, na minha opinião, teimosos aventureiros que mesmo sabendo que um grande tubarão estava ali, pois o fato estava anunciado em vários blogs e sites de surf e sendo a “sensação da cidade”, resolveram desafiá-lo... uma típica luta pelo território... sai daqui, eu cheguei primeiro! Ok, ele não saiu... como num desenho da Disney, o terrível vilão é tão teimoso quanto os mocinhos. E então, como bons mocinhos que são eles começaram a luta contra a grande “fera”, transformando o mar em um coliseu, uma tourada... uma disputa entre homem e animal. Mas espere... ao se lembrarem que eram surfistas, que eram pescadores, teóricos defensores da natureza, seres da paz, eles precisavam de uma desculpa para que pudessem sair ilesos. Deus abençoe Steven Spielberg!!!
Toda essa animada “festa” foi descrita de maneira bastante peculiar pela surfista Thiara Mandelli em seu blog “O Fato é que, uma novidade desta aqui no Pico, apesar da gravidade, trouxe um pouco de alegria para o pessoal daqui” (Thiara Mandelli - http://thiaramandelli.blogspot.com/2010/04/tubarao-no-pico-de-matinhos.html).
Alegria pra quem? Com certeza não foi para as pessoas que se preocupam com a conservação dos oceanos e com o modo com que o ser humano se sente superior a qualquer forma de vida no planeta.
Pois eu me preocupo:
Me preocupo com o que fazia um animal destes (segundo os pescadores um tubarão cabeça-chata, de cerca de 3 metros e 300 Kg) tão perto da praia (cerca de 10m da costa) e tão longe de seu ambiente natural? Seria apenas um erro de percurso ou seriam alterações provocadas por seres humanos que teriam levado esse ser a um “erro de cálculo”?
Me preocupo com a frieza das pessoas em relação a uma vida. Podemos ver no vídeo postado por Bárbara Padaki e Jhesus Eduardo (http://www.youtube.com/watch?v=ZeXUHk4pAd4) nossos “heróis” de arpão na mão, rindo com sua distorção da realidade... disfarçando o assassinato que estavam cometendo com desculpas de estarem salvando o mundo de um possível ataque maligno.
Me preocupo com onde estavam as autoridades, os ambientalistas, o bom senso? Afinal é fato que matar um animal silvestre é CRIME... as fotos e vídeos, inclusive com os próprios autores do crime se vangloriando, estão aí na internet... quem vai fazer alguma coisa? Pelo menos esclarecer essas pessoas da “burrada” que fizeram? Deixassem o bicho em paz, ele iria descansar e ir embora.
E me preocupo enfim com meus alunos... meus bagrinhos, esses novos cidadãos que tenho o dever de ajudar a formar, alguns vieram me perguntar do ocorrido, mas poucos, muito poucos... prefiro pensar que eles não estavam sabendo, pois prefiro pensar isso do que pensar que eles não formaram uma opinião sobre isso, que ficaram em cima do muro. Ou pior, que ouviram a história e pensaram: não tem nada a ver comigo. Pois se queremos ser aquicultores, se queremos tirar da água nosso sustento e profissão, precisamos pensar na conservação deste planeta e seus oceanos, e acima de tudo, precisamos nos preocupar com a forma que o ser humano lida com a terra e na maneira com que se relaciona com as outras espécies que dividem ela com a gente.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Peixes Ameaçados na Amazônia
Um relatório em poder do Ibama desde o último mês setembro revela declínio nos estoques da dourada (o famoso bagre atacado por Lula), do filhote e de outras espécies de grandes peixes no rio Madeira em parte do ano passado. Em 42 páginas, o documento não conclui que as obras das usinas de Santo Antônio e de Jirau sejam responsáveis pelo fenômeno, mas aponta uma associação de causas possíveis. Especialistas ouvidos por O Eco comentam que o levantamento deixa clara a importância da manutenção da saúde do rio para a sobrevivência de vários peixes e das populações que deles dependem, no Brasil ou países vizinhos. Enquanto isso, pescadores apontam problemas causados pelas explosões de dinamites para a construção das barragens. Conforme Flávio Lima, especialista em peixes do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), não há dúvida de que, quando construídas, as hidrelétricas do Madeira prejudicarão os peixes migradores, numa magnitude que por enquanto não se pode avaliar. Mas, com grande probabilidade, de forma bastante severa. "Agora, com o rio ainda não barrado, é um pouco difícil estabelecer uma relação causa/efeito entre hidrelétrica em construção e descréscimo nas populações de peixes, porque hidrologicamente o Madeira continuará "natural" até o momento em que o primeiro barramento for fechado. Antes disso, é até possível que as obras estejam "espantando" os peixes", disse. "E não se pode esquecer de impactos cumulativos de outras origens, como desmatamento, mudanças nas chuvas, poluição de garimpos e sobrepesca, que devem influenciar na diminuição dos peixes". Jogando um pouco de luz no declínio dos bagres e filhotes, o relatório sobre estoques pesqueiros aponta que a grande cheia de 2009 “pode ter influenciado retardando a subida das douradas, e a menor produção neste ano quando comparado a anos anteriores. Ou como dizem os pescadores, a água não baixou e nem limpou, por isso os peixes ainda não subiram; porém outros colocam que a produção diminuiu em função das obras das duas hidrelétricas, mais especificamente por causa das bombas que afugentariam os peixes. Os dados disponíveis até o momento não permitem uma conclusão sobre o fato”. As obras no rio Madeira ainda são tratadas pelo governo e empreendedores como mera ameaça a grandes peixes que dependem da saúde dos rios para sobreviver. Mas não faltam exemplos de prejuízos concretos à fauna aquática, causados por hidrelétricas, dentro e fora do Brasil. |
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Livros para download
Plantio de mangue Vermelho no Cabaraquara

Costa litorânea do Paraná é a mais preservada do sul
O resultado da pesquisa “A propagação de zonas mortas no litoral Sul do Brasil”, desenvolvida pela Organização Não-Governamental (ONG) Ecotrópica, constatou que a costa paranaense é a mais preservada do sul do país. Entre 2006 e 2009, o pesquisador e presidente da ONG, Adalberto Eberhard, percorreu 89 cidades do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (11 mil Km) e avaliou mais de 200 lagoas, lagunas costeiras, banhados e açudes artificiais.
De acordo com a pesquisa, o Paraná é o único estado do sul a apresentar pontos positivos em relação à sua zona costeira. A justificativa para o resultado, segundo o estudo, é que o estado possui a Serra do Mar mais próxima das praias, o que impediria o desenvolvimento de atividades agrícolas de grandes superfícies.
Entretanto, para Eberhard, o principal motivo do sucesso paranaense na proteção das áreas costeiras é a existência de um mosaico de unidades de conservação, governamentais e da iniciativa privada. “A existência de um grande número de áreas protegidas e a pressão ambientalista favoreceram o surgimento de uma cultura recente de agroecologia nas vizinhanças das áreas protegidas, mudando lentamente os hábitos produtivos regionais”, explicou Eberhard.
Os dois fatores que influenciaram na preservação do Litoral paranaense foram garantidos na gestão de Orlando Pessuti e Roberto Requião. O incentivo à agroecologia foi por meio dos Programas da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e as ações de fiscalização e preservação da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Além disso, o Parque Estadual Pico do Marumbi, na Serra do Mar, teve sua área de 2,3 mil hectares ampliada em quatro vezes, chegando a 8.745 hectares.
Desde 1999 o Parque Pico do Marumbi é reconhecido pela Unesco como parte integrante do Sítio do Patrimônio Mundial da Natureza, protege ecossistemas da Floresta Atlântica e belezas naturais em estado primitivo. As montanhas são muito frequentadas por praticantes de escalada e visitantes dispostos a percorrer trilhas e vias de caminhada. Com a ampliação, o Parque Estadual Serra da Baitaca e o Parque Estadual Serra da Graciosa foram integrados, fechando o Mosaico de Áreas Protegidas do Litoral.
Já o projeto Dunas e Restinga - realizado em parceria com surfistas e moradores - está educando turistas e visitantes quanto a importancia da proteção da vegetação localizada na orla paranaense e que a protege do avanço do mar. Além disso, o Governo garantiu o licenciamento de todas as produções voltadas a maricultura e também a pesca amadora e profissional no Litoral.
Outra ação importante foi o Programa Paraná Mar e Costa que, entre os resultados do trabalho técnico, está o início para este ano do Plano de Ordenamento Costeiro do Paraná, a partir do municipio de Guaratuba. O objetivo é criar uma gestão integrada da Zona Costeira no Paraná, com ênfase na aplicação e no desenvolvimento de instrumentos gerenciais para o ordenamento dos ambientes estuarinos e marinhos. E, por fim, tornar público os resultados obtidos no processo.
Maiores informações sobre a pesquisa podem ser encontradas no endereço: adalbertoeberhard.blogspot.com/